

Proposta Pedagógica
O projeto político pedagógico do Colégio Caparroz, fundamenta-se numa perspectiva sócio-histórica baseada predominantemente nos estudos de Vygotsky e Wallon, coerente com os pressupostos do materialismo dialético onde organismo e meio determinam-se mutuamente, portanto o biológico e o social não estão dissociados , pois exercem influência mútua. Nessa perspectiva, a premissa é que o homem constitue-se como tal através de suas interações sociais. Nessa dinâmica o homem age, interage e transforma a natureza e os outros homens e a si próprio.
Assim sendo, a Educação Infantil assume para si a função de contribuir para a inserção crítica dos sujeitos, na totalidade das relações que se processam na sociedade.
No cotidiano educativo organizado intencionalmente, nos momentos de trabalho coletivo, nas intervenções do professor e na interação com o grupo de crianças que o aluno vai-se construindo socialmente.
A relação da criança com sujeitos mais experientes caracteriza o que Vygotsky denomina de zona de desenvolvimento proximal permitindo que a criança faça sozinha o que já é capaz de fazer e auxiliando-a quando necessário. Neste sentido o papel do professor e dos outros (sejam eles mais experientes ou não) é o de realizar mediações , significando as ações da criança e com isso, levá-la a ampliação do conhecimento.
As primeiras mediações se dão pelos gestos da criança que os outros irão interpretar, verbalizando suas ações e criando situações para a construção de significados. Assim, esses parceiros irão apresentar o mundo às crianças mediando os conhecimentos através da linguagem. Esta configura-se como um dos eixos norteadores do trabalho educativo pois através dela que a criança na interação com o outro e o mundo, organiza seu pensamento e comunica-se com seus pares.
Somando-se às interações e à linguagem, que estarão possibilitando a construção do pensamento, há também o jogo enquanto brincadeira que age na zona de desenvolvimento proximal. Através dele as crianças podem experimentar situações , entender a realidade. Jogando, brincando, a criança conhece a si própria, aos outros e as relações que ocorrem em diferentes papéis exercidos pelos sujeitos em nossa cultura.
Uma vez compreendendo o homem como um sujeito histórico, que não vive só, que faz parte de uma cultura, faz-se necessário uma apreensão da realidade cultural na qual este aluno está inserido passando pelas áreas do conhecimento que estarão permitindo que ele se situe historicamente , resgatando através da própria história, as transformações que estão ocorrendo nos grupos sociais, situando-os no tempo e no espaço.
Compreender estas transformações sociais não é tarefa fácil, mas é fundamental para que se construa sua identidade, exerça sua cidadania, torne-se um ser autônomo, criativo, crítico, independente e com uma auto-estima positiva.
É neste processo de apreensão do real que a criança irá também iniciar seu processo de alfabetização e perceber que o conhecimento não está fragmentado mas num contexto de uma cultura letrada que ela vai descobrindo e se interessando pela escrita e pelo registro.